Trata-se de uma entidade contida, algo apagado, algo que fugiu.
Trata-se de ti refém do corpo.
O espelho mostra um busto de papel mentindo no reflexo.
O espelho mostra-te cru e ressequido dos anos passados e neblosos.
Alguém que já não és tu ou quem quer que tenhas sido.
Alguém que te estranho e te ocupa o papel.
Esperas estar escondido, que seja algo passageiro.
Esperas que alguém te encontre mas na verdade já não existes.
Já não há esperança de retorno.
Já ninguém se lembra de ti.
Bons sonhos.
29 de janeiro de 2011
11 de janeiro de 2011
8 de janeiro de 2011
Por vezes é difícil encontrar palavras, ainda mais difícil dizê-las. Nunca fechei as janelas, odeio claustrofobia de opção. Mas sempre fechei as portas por medo que alguém invadisse o meu espaço. O coração é músculo, nada mais. Todos os sentimentos vêm de atracção visual e hormonal e pura sintonia de ideias, sejam elas contraditórias ou semelhantes. O amor não existe. O que chamamos de amor trata-se apenas de determinismos biológicos como a necessidade do sexo, e necessidades primárias, como o desejo de ser amado e reconhecido e o medo de acabar sozinho. O amor não existe. O ser humano guia-se pela racionalidade, dádiva cerebral, e da mesma cria tudo o resto. Nada desnecessário se torna motivo de falta a não ser que o ser humano isso o torne. Nada de sente a não ser dor, fome, sede, e vontades defecais. Toda a terminologia dos padrões morais, estéticos e sensíveis não são mais do que a necessidade da alimentação do ego humano, derivado do seu egoísmo e egocentrismo naturais, pelos meios de se sentir importante e existente para os seus iguais, muitas vezes na procura de uma sensação de superioridade.
Eu sei que o amor não existe. O coração é apenas um músculo e está provado que ao sentirmos apenas estamos a estimular partes do nosso cérebro. Não há apertos, sufocos, saudades... apenas carnalidade e necessidade psicológica mútua e crua.
Mas então que é isto? Como é que algo racional, mesmo inconsciente à consciência se torna tão físico? E se tudo se trata de natureza humana, da mais cruel e sobrevivente natureza humana, como é que estes "sentimentos maiores" nos levam a por outros seres humanos num nível de urgência e bem estar maior e primeiro que o nosso?
Pode não ser amor tal como pode ser, cada um chama lhe o que quiser. Só sei que por mais racional que o ser humano seja, nunca poderá ignorar algo tão incrivelmente físico.
Eu sei que o amor não existe. O coração é apenas um músculo e está provado que ao sentirmos apenas estamos a estimular partes do nosso cérebro. Não há apertos, sufocos, saudades... apenas carnalidade e necessidade psicológica mútua e crua.
Mas então que é isto? Como é que algo racional, mesmo inconsciente à consciência se torna tão físico? E se tudo se trata de natureza humana, da mais cruel e sobrevivente natureza humana, como é que estes "sentimentos maiores" nos levam a por outros seres humanos num nível de urgência e bem estar maior e primeiro que o nosso?
Pode não ser amor tal como pode ser, cada um chama lhe o que quiser. Só sei que por mais racional que o ser humano seja, nunca poderá ignorar algo tão incrivelmente físico.
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