11 de agosto de 2010

Como algo realmente escuro, realmente brilhante, realmente intenso, os teus olhos. Uma perdição de palavras que se silenciam, pois qualquer tentativa de explicação se podia entender como atentado ao sagrado, sacrilégio punido com a morte.
Como seda, como pétalas da mais rara flor, como a mais suave das brisas, a tua pele. Tão pecaminosamente pousada no teu curvilíneo corpo, que só de existir torna Deus mortal.
Como um tesouro, uma raríssima preciosidade, uma urgência, um chamamento, a tua boca. Molhada como as águas quentes das imortais e longínquas ilhas desertas, desses sítios quentes para que transportas com esse tão alucinante beijo teu.
Como uma Afrodite pecadora, uma Vénus santificada, uma santa desejada rodeada pelo prazer do pecado.
Fénix renascida uma e outra vez, em cada uma das mil e uma noites, vidente cigana sedutora e vigarista.
Doce princesa virginal que pela janela se escapa.
Quantos poderosos de te seduzir! Qual o capaz de prender...
És tu assim, meus olhos.