25 de outubro de 2010

A linha de recta final da sanidade é ténue e eu não quero. A realidade é a irrealidade do impossível. Não, não quero trespassa-la. Deixem-me adormecer, deixem-me ceder à vã loucura dos sonhos, nivelados por teias e estádios de doença esquizofrénica cardíaca. Quero flutuar naquela meia verdade que é a morte, de modo a sentir no corpo a crueldade dos feitos. Quero viajar no tempo e ser tomada por bruxa, santificada pelo fogo, extinta pela purificação da alma de quem é errante. Por vezes o simples seria grato de o ser, por vezes um mapa não seria demasiado simples. Por vezes o destino podia ceder a vontade e os conselhos dançar a volta da peste  negra de mim. Que doença de cheiro, que mal, que pecado, que coisa doutro mundo. Feitiço ou um raio do céu. Simples impasse e monotonia do irreal. Não quero morrer antes de saber o que quero, não quero morrer antes de ter o que preciso. Não quero continuar a tropeçar nos pés.