2 de junho de 2010

A tua distancia descalibrada e desequilibrada com essa mesma companhia diária desagrada me. Entre nós não há o que haver, e a sopa esta a esfriar. Não há amanha para a sobremesa. E eu consumo me em erros e vontades para me esquecer do prato principal. Mas volto para tocar piano todas as tardes contigo. Se ao menos tivesse corrido mais depressa, chegado mais longe, chegado primeiro. Talvez.... não! E até se calhar poderíamos comprar numa sex shop um candelabro de duas extensões, que se fariam então três, e o escondêssemos debaixo do casaco. Mas não daria... só há espaço para uma vela na mesa de jantar. E à noite poderíamos ouvir aquela musica em silencio mas não escapas às vozes da consciência moral. Poderias até mudar de trajes, mudar os olhos, virar mulher, não escaparias a queda no poço recheado de livros, pena e papel para amparar a queda. Nada mudaria se não o mudasses tu, sendo tu. Estando aqui.