Há pessoas que fogem ao amor, que destroem e desperdiçam as paixões que encontram ao longo do caminho, e depois quando acham que já estão no outono da sua vida amorosa, e como houve não mais haverá, e também empurrados pelo medo de morrerem sozinhos, acabam por se juntar com alguém com quem não há paixão, alguém que provavelmente cometeu os mesmos erros e pensa da mesma maneira, e com quem julgam ter algum tipo de noção de felicidade.
E depois há pessoas que procuram eternamente, que vivem as suas paixões e tem as suas desilusões mas ao longo do caminho algo se perde e com esse algo a esperança de encontrar o outro, e assim acabam sozinhas.
E depois há os típicos casos de casais que ao se conhecerem na flor da idade se agarram um ao outro como se não houvesse amanhã. Precipitam-se, engolem-se e consomem-se, acabam por se separar dez anos depois ou simplesmente vivem juntos até ao ponto de não comunicarem a não ser através de berros, dormirem em quartos separados, odiarem-se profundamente acusando se mutuamente de uma juventude roubada e consumida mas sem nunca dar o braço a torcer que aquela relação já não é nada.
Não penso que ninguém deva acabar sozinho, contentar-se com meias felicidades ou sufocar-se com um primeiro e muito opressivo amor. A busca nunca deve acabar, mas não se pode acreditar na perfeita cara metade. Tal coisa não existe pois ninguém é perfeito. A pessoa perfeita deve ser perfeita não porque tem todas as qualidades e aceita todos os nossos defeitos, taras e paranóias, mas sim porque... porque no fim do dia essa pessoa é a única que realmente nos vê, com quem realmente podemos falar, com quem podemos ser nós próprios sem julgamentos ou conclusões, que realmente sabe quem somos e quer estar lá quando precisamos. É quem queremos encontrar quando chegamos a casa, a ultima pessoa que queremos ouvir antes de dormir. É por quem acordamos as 4 da manhã e percorremos meia cidade porque essa pessoa simplesmente precisa de companhia.
E não digam que amor não é sexo. Tem de ser sexo! Tem de ser aquela sensação de querer tocar a todo o momento, aquele calor por dentro quando um beijo é exactamente perfeito. É o corpo também, são sensações intensificadas ao extremo!
O amor na sua forma mais primária, num olhar, num toque, numa sensação, numa atracção não muito bem explicada é a mais simples coisa. Mas as pessoas insistem em virar as costas, ou porque é demais, ou não é o suficiente, e depois estão confusas e depois já sim e agora já não e afinal é aquele e não este. Quão difícil será admitir o que se quer, dizer o que se quer, sejam qual forem as razões!!
O amor não é difícil de encontrar, é difícil de lutar, de conservar e de admitir. É tortuoso de esquecer.
Mas está por todo o lado.
17 de agosto de 2010
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