Por vezes é difícil encontrar palavras, ainda mais difícil dizê-las. Nunca fechei as janelas, odeio claustrofobia de opção. Mas sempre fechei as portas por medo que alguém invadisse o meu espaço. O coração é músculo, nada mais. Todos os sentimentos vêm de atracção visual e hormonal e pura sintonia de ideias, sejam elas contraditórias ou semelhantes. O amor não existe. O que chamamos de amor trata-se apenas de determinismos biológicos como a necessidade do sexo, e necessidades primárias, como o desejo de ser amado e reconhecido e o medo de acabar sozinho. O amor não existe. O ser humano guia-se pela racionalidade, dádiva cerebral, e da mesma cria tudo o resto. Nada desnecessário se torna motivo de falta a não ser que o ser humano isso o torne. Nada de sente a não ser dor, fome, sede, e vontades defecais. Toda a terminologia dos padrões morais, estéticos e sensíveis não são mais do que a necessidade da alimentação do ego humano, derivado do seu egoísmo e egocentrismo naturais, pelos meios de se sentir importante e existente para os seus iguais, muitas vezes na procura de uma sensação de superioridade.
Eu sei que o amor não existe. O coração é apenas um músculo e está provado que ao sentirmos apenas estamos a estimular partes do nosso cérebro. Não há apertos, sufocos, saudades... apenas carnalidade e necessidade psicológica mútua e crua.
Mas então que é isto? Como é que algo racional, mesmo inconsciente à consciência se torna tão físico? E se tudo se trata de natureza humana, da mais cruel e sobrevivente natureza humana, como é que estes "sentimentos maiores" nos levam a por outros seres humanos num nível de urgência e bem estar maior e primeiro que o nosso?
Pode não ser amor tal como pode ser, cada um chama lhe o que quiser. Só sei que por mais racional que o ser humano seja, nunca poderá ignorar algo tão incrivelmente físico.
8 de janeiro de 2011
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