6 de novembro de 2009

sou a dormência das manhas,
calada e serena,
complicada aos olhos de todos,
a imcompreendida que todos ignoram,
pois pensam que é mentira.

e os meus pés doem me pois,
a cada passo que dou aqui,
a cada minha respiração,
cuspo sangue que brota da ferida.

e sim desprezo vos,
afasto vos,
porque vos amo,
e nada tenho a ver com as vossas simples almas.

meus amigos,
minhas paixões,
meus mestres,
aqui prostrada deixo então,
a minha vida em aberto,
como um livro abandonado,
como um poema chorado,
mais lamechices de mão em mão.

confusão? desconheço a palavra,
apenas passeio na calçada,
com dores nos pés e o coração embalsamado em vinagre,
porque vos amo mas não vos quero,
não assim, não para mim,
não aqui, não tão facilmente.

chorai um pouco,
demonstrai me algum afecto,
que o meu espírito tolo e cheio anda carente,
e sequioso do que tem em exagero.

não me façam pensar,
deiam me um livro,
mostrem me musica,
façam me conversar,
mas não me tragam a mim,
pois doem me os pés e eu caminho enfim,
para de vós meus amados fugir.

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