13 de maio de 2011

O tempo passou e a vivacidade de outrora ausentou-se.
Cavas-me o corpo à procura de humanidade,
deserto árido de chapa e farpa é o que achas.
Nem gota de calor, nem milha de sentimento,
ou plástico em ternura, ou carinho de máscara escura.
Chamas.. só se ouve o vento.
E porque procuras tanto o que sabes não ir encontrar,
em tal espaço de vasto manto indeciso na cor a tomar.
Não procures brilho de estrelas em olhos secos e fixos na eternidade,
não haverá beleza que reste, é tarde.
Respiro e tu respiras-me de seguida
com intenção de me agarrar,
mas eu já estou perdida, selvagem como a passagem do tempo
tão difícil para ti de aceitar.
Vês prova de existência nas palavras contidas na boca a cera pálida selada,
na qual não mais me dou como dava, em que já não te dou nada.
Não te sou paixão, já não me és desejo,
já não nos sobra beijo, noite ou madrugada.
Abraço, caricia, bofetada, emoção para transbordar.
Enfim, desistes e segues sem remorso.
Quão volátil é o amor...